Quem lê muito, escreve bem?

Quem lê muito, escreve bem

A interdisciplinaridade nas escolas é fundamental para formar leitores ávidos e exímios escritores.

 

Carolina Marcondes tem 19 anos, é estudante do curso de Direito em uma faculdade de Vitória, no Espírito Santo, e carrega consigo o hábito de ler além do que é indicado para a sua profissão, mas temas que a atraem, como, por exemplo, psicologia, comportamento humano, filosofia e reflexões sobre a vida.

 

Além de gostar de ler, no 2º ano do Ensino Médio da Escola São Domingos, onde estudou durante toda sua vida, a estudante passou a publicar textos que escrevia em suas redes sociais pessoais e a receber comentários positivos sobre suas produções. Decidiu, então, reunir os textos em um blog, que é atualizado até hoje. Para Carolina, um hábito interfere no outro.

 

“Para mim, ler muito faz com que eu escreva melhor. A leitura me dá subsídios, expande o meu vocabulário, estimula a minha criatividade e me ajuda a colocar os meus pensamentos de forma mais organizada. Hoje, em um mundo altamente tecnológico, o mercado de trabalho exige profissionais que tenham suas capacidades cognitivas desenvolvidas. A leitura ajuda nisso”, enfatiza.

 

E Carolina não é a única a sentir isso. Segundo o pedagogo Paulo Freire, aprender a ler e escrever é, antes de tudo, aprender a ler o mundo, compreendendo suas diversas nuances. O indivíduo alfabetizado tem seu universo ampliado e pode exercer de forma digna a cidadania. Só se aprende a ler, lendo; e só se aprende a escrever, escrevendo.

 

Mas como o desenvolvimento desses hábitos se relacionam? É verdadeira a máxima popular de que “quem lê muito, escreve melhor”?

 

O segredo é a interdisciplinaridade

 

Ao terem acesso a livros adequados a sua faixa etária, os alunos têm contato com diferentes gêneros textuais e internalizam a estrutura sintática da língua portuguesa. Na prática, isso se reflete em expansão do vocabulário e da capacidade de interpretação e compreensão.

No entanto, segundo a professora de Literatura da Escola São Domingos, Fabiana Bezerra Benevides, quem lê muito não necessariamente vai escrever melhor. Fabiana, que também é psicóloga, explica que leitura e escrita são processos diferentes e, às vezes, mesmo que a pessoa leia muito, ela pode ter algum déficit e demandas do campo da cognição que a dificultam ser um exímio escritor.

“Quem lê muito amplia sua visão de mundo sobre suas próprias escolhas, desenvolvendo o senso de reflexão. Além disso, esses indivíduos vão ser muito críticos. Por outro lado, eles também precisam ser lapidados para a escrita, para que o vocabulário adquirido na leitura possa ir para o papel de forma técnica e clara”, explica.

 

Na Escola São Domingos, esse trabalho de desenvolvimento da leitura e da escrita também é realizado de forma interdisciplinar. Se, por um lado, as aulas de literatura, as visitas às bibliotecas e a elaboração de seminários estimulam o contato com os livros, por outro, as aulas de gramática e produção textual têm a missão de acompanhar o desenvolvimento desses alunos por meio de uma metodologia que proporciona que a criança ou o adolescente externalize o que absorveu em seu livro.

 

Esse trabalho interdisciplinar confere resultados mais satisfatórios em exercícios de escrita, menos erros ortográficos, textos mais coesos e condizentes com as instruções dadas pelos professores, atrelados aos benefícios proporcionados pela leitura atenciosa de temas diversos. 

Ler e escrever ajuda em provas e, sobretudo, na vida!

 

 

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